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segunda-feira

Gratidão

Tive a sorte de amanhecer no sopé do Kilimanjaro (quando tinha mais neve do que tem agora). Tive a sorte de me casar com o homem certo; Tive a sorte de ver ao vivo as twin towers, quando elas ainda lá estavam; Tive a sorte de ter sentido o chão a tremer por estar demasiado perto de uma manada de elefantes a correr; Tive a sorte de ter falado (ainda que fosse ao telefone) com Tyler Brule, ex-director da revista wallpaper, que ainda por cima elogiou o meu trabalho; Tive a sorte de conhecer o Paulo Condessa e que ele me ensinasse a libertar a escrita; Tive a sorte de gostar de ler; Tive a sorte de comprar, lá, The biggest edition da vogue USA, em 1991... e de ainda a ter; Tenho a sorte de ter ideias a toda a hora, inclusive às vezes, durante a noite as ideias despertam-me; Tive a sorte de começar a ser espectadora de passagens de modelos tinha apenas 10 anos de idade... o que desenvolveu muito o meu sentido estético; Tenho a sorte de ter sardas. Tive a sorte de viajar com a Daniela Coutinho, uma das mulheres mais bonitas que habita este planeta (onde é que andas?). Tive a sorte de ver em cena “O que diz Molero”, do Dinis Machado e depois ter podido encontrar o livro; Tenho a sorte de ter uma intuição aguçadíssima. Tenho a sorte de ser amiga da Renata Pinto, de longe a melhor profissional na sua área (assessoria de comunicação). Tenho a sorte de chorar com facilidade. Tive a sorte de ver ao vivo os peixes papagaio e os peixes imperador, que coloriam as praias de Bonaire. Tive a sorte de assistir a uma tempestade sem aviso na Florida, tão inesperada que nos deixou de tornozelos alagados em poucos minutos. Tive a sorte de conhecer os MGM studios. De percorrer Barcelona toda a pé. Tive a sorte de não ter tido desgostos de amor. Tive a sorte de ter sido aluna do Fernando Poeiras, do Machuco Rosa, do António Pinto Ribeiro, do Pedro Alvim (que nos deixou órfãos quando partiu), do Luís Filipe Teixeira. Tive a sorte de sair viva de um tiroteio, numa festa de rua em Salvador. Tive sempre tanta sorte... e tenho.

É por tudo isto que, de cada vez que dou comigo a praguejar com esta vida, devia lembrar-me de estar grata com esta a mesma vida, que me proporcionou e proporciona tudo isto.

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