Anda por aí em todo o lado um tipo de mulheres: as super-mulheres. São aquelas que estão no metro logo pela manhãzinha, a subir e a descer escadas com um filho ao colo, os dois todos encasacados. Nestas super-mulheres não pensou o arquitecto de renome que desenhou a estação e, colocou os elevadores e as escadas rolantes no lado menos lógico do apeadeiro. Na mesma estação encontro outra super-mulher, na qual o arquitecto de renome também não pensou. Ela é uma senhora de uns 60 anos e carrega pelo menos uns 5 sacos de compras de supermercado em cada mão. Antes, no comboio tinha já visto outra super-mulher, ela era universitária e não tinha mais de 20 anitos. Ela aproveitava o embalar do rápido para estudar os quilos de fotocópias de biologia molecular. E depois atendeu o telemóvel e, baixinho, confirmou à sua avó que passava lá, pelas 13 horas, depois das aulas, para a levantar da cama e dar-lhe o almoço.
Super-mulheres são também as minhas amigas Beta e Papi que, apesar do estado deste mundo, aceitam sem hesitar a felicidade que lhes cresce na barriga.
Super-mulher é a minha amiga Cristina, que pelo bem da família, mudou de país e, embora seja a pessoa mais solar que eu conheço, me garante que o clima cerrado, cinzento e frio do Luxemburgo "não é assim tão mau".
Super-mulher é a minha amiga Rita, que mesmo depois da doença lhe ter acabado de roubar uma parte, ela arranja forças para me dar almoço, não sem antes se aventurar a um banho, ajudada pela mãe, que me parece mais devastada do que ela, com o que sucedeu.
A mulher é feita para ser uma cuidadora. É essa a sua condição e essência.
A todas estas super-mulheres e, porque elas merecem, peço um grande aplauso, de pé!
1 comentário:
Como eu entendo estas palavras... e já estou a aplaudir de pé, só podia!
Beijinhos e continua a partilhar a tua visão da vida... que acaba por ter pedaços das nossas próprias vidas ;)
Beijinhos
Ana A.
(anaabreu1973@gmail.com)
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